“Prazeres lentos” ele disse, deliciosamente sussurrando no meu ouvido. E assim ele me fez escorrer ainda mais.
Depois dos olhos nos olhos não tivemos mais pressa nenhuma. Nossa urgência era em estarmos ali, juntos, próximos fisicamente. Já que mentalmente a conexão já tinha sido criada ao longo de alguns meses de conversas online, o que as vezes nos fazia esquecer que estávamos a não sei quantos estados de distância….
Ele chegou ao restaurante pelas minhas costas sussurrando algo divertido e sexy no meu ouvido. Arrepio. Que delicia enfim ouvir aquela voz pessoalmente!
Foram horas de conversa, sobre trabalho, sobre a vida, sobre atrasos e perdas de voos…. O casal da mesa ao lado quase caindo da cadeira, curiosos com nosso papo. Conversa leve, fluida, divertida e com muito carinho ao mesmo tempo. Natural como todas as conversas que vínhamos tendo. Toques sutis entre as mãos….. Mal sabia ele da minha ansiedade em ter aquela boca na minha e finalmente descobrir o gosto do beijo.
Enfim as mesas e cadeiras estavam sendo recolhidas e educadamente éramos convidados a nos retirar.
Eu vivi algo naqueles dois dias que foi transformador. Eu me entreguei. Com tranquilidade, por inteiro. Porque havia reciprocidade. Eu falei que iria. Ele fez acontecer: abriu a porta, estendeu a mão, me chamou para entrar. Eu assustei, mas aceitei o convite para viajar para outro estado e jantar com ele.
E foi mágico. Foi incrível. A conexão física só comprovou o que a conexão mental já apontava. E não teve pressa - e isso foi tão delicioso quanto todo o resto. Teve conversa, teve olho no olho, teve vontade de tocar. Teve calma. Eu estava a 700km de distância de casa e nada foi dado como certo, mesmo quando estávamos sentados frente a frente na cama do hotel, conversando.
Com respeito, com muito carinho um pelo outro. Com atenção, com gentilezas. Sem avançar limites de nenhuma das partes. Até que entendemos que era o que ambos queríamos. E foi especial. Foi intenso.
Não tínhamos expectativas. Ou tínhamos todas as expectativas do mundo! Toda a urgência que descobrimos ao longo dos nossos meses de conversa. Mas estávamos ali para nos conhecer ainda mais, pra “ver no que ia dar”. E poderia não dar em nada. E isso só aumentava o tesão! Não ter pressa nem pressão me coloca em ebulição! Mas deu. E dei muito! Dei tudo o que eu pude. Entreguei meu corpo, meus desejos, minhas urgências para aquele homem, que soube conduzir tudo com maestria.
Nossas urgências criaram outras urgências. A boca e as mãos que passeavam pelo meu corpo me fizeram implorar "preciso te sentir dentro de mim. Agora." Não era apenas o querer. Era quase uma necessidade. Ele me fez desejar por ele em cima de mim, embaixo, por trás, ao lado. “Prazeres menos lentos” eu sussurrei.
E finalmente me senti preenchida. Ele começou devagar, como sabia que eu gosto, para sentir cada cm dele entrando em mim. E parou. E ali ficou. Por alguns segundos. Como também sabia que eu gosto. Para senti-lo pulsando. Não demorou muito e os movimentos se tornaram mais rápidos, mais intensos, mais fundos. Os beijos abafavam meus gemidos, lembrando que não estávamos em um motel. O gozo veio forte. Mas não implacável. Só aumentou meu desejo por aquele homem delicioso - em vários sentidos - que em breve voltou a me tocar.
E eu pude sentir o gosto dele na minha boca, e sua grossura em minhas mãos. E enquanto dedos e línguas eram atores principais daquele ato, eu escorria de novo. E então pude senti-lo embaixo de mim. Adoro a sensação de proporcionar prazer a um homem, de vê-lo expressar seu tesão, de vê-lo quase não mais aguentar. E então parar. E voltar a provocar.
E eu precisei pedir água/ intervalo. Depois de me fazer gozar de quatro, ele conseguiu com que meu corpo todo continuasse se contraindo. A ponto de não aguentar ser tocada durante algum tempo. Motivo que nos levou a uma breve conversa sobre se estaríamos perturbando ou causando ciúmes nos quartos vizinhos. E ainda assim eu não conseguia desgrudar dele. E eu por acaso queria? Ele me fazia querer mais. Ele me deu colo quando eu precisei me recompor. E assim me acendeu de novo.
Ver aquele homem majestoso sobre mim era quase uma miragem. O momento por si só já me aproximava do clímax. Mas ouvir ele dizer que ia gozar.... Encurtou em um bom tempo o meu ápice e me fez chegar lá junto com ele.
“Foi um Privilégio para mim. Lembre-se disso.” E ele foi embora daquele quarto com o mesmo carinho com o qual ali entrou. Foi embora me deixando ainda com tesao, querendo mais, molhada, sem sono. Mas sabíamos bem das nossas prioridades. De novo me fez impressionada em tantos aspectos. O mental nos une de uma maneira deliciosa e inexplicável. E agora o físico também.
Ainda preciso descobrir se consegui retribuir ao privilégio de estar na companhia dele. Acredito, pretensiosamente, que teremos outras oportunidades para isso.
Foi marcante. Pq foi recíproco! E vai ser pelo tempo que quisermos e que continuar sendo assim. BH nunca esteve tão deliciosa. E nunca foi tão difícil entrar no avião de volta para casa.
Texto instigante e envolvente. Leitura fácil e escrita impecável. Palavras arranjadas de tal forma que nos proporciona uma experiência imersiva, quase que vivenciando de maneira palpável tudo o que é narrado pela autora. Parabéns!